Lema: Uma história que evangeliza
Na tarde nublada de 02.04.2016 seguindo o programa proposto para a 31ª Caminhada Irmã Adelaide, feitos os derradeiros preparativos e reunidas as pessoas participantes viajaram caravanas de Canaã dos Carajás, Parauapebas, Curionópolis, Sororó, Município de Marabá e de Belém, PA, foram chegando a Eldorado dos Carajás, onde foram generosa e gratuitamente servidas mais de 500 refeições noturnas, oferecidas pela generosidade do povo e Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores.
A proposta de escrever o Fascículo 05 “Irmã Adelaide Molinari – História que Evangeliza” nasceu no 30º aniversário da “Escola Infantil e Fundamental Adelaide Molinari”, na Vila Planalto, Município de Canaã dos Carajás, PA, no dia 1º de maio de 2015. No meio daquela festa, uma das professoras, em nome das outras, disse às Irmãs Zoeli Maria Pletsch e Angelita Fernandes: “A presença das Irmãs, aqui, é como se a mãe tivesse voltado para sua casa. As crianças e adolescentes precisam de algum escrito na linguagem delas”. As duas Irmãs acolheram aquela súplica como vinda de Deus e assumiram o compromisso de escrever um pouco sobre a vida e a missão da patrona da Escola e da Escola Municipal Infantil e Fundamental Irmã Adelaide Molinari, na Vila Sororó no Município de Marabá, PA. Isto para que, a Irmã Adelaide, possa ser mais conhecida no mundo infanto-juvenil, em muitos outros lugares. A metodologia é de crianças que fazem perguntas e de Irmã Adelaide que responde, em quatro capítulos, concluídos com a breve história de seis jovens chamadas “Adelaide”.
A inspiração ao título “Uma história que evangeliza” nasceu no conhecimento da vida e missão de Irmã Adelaide, voltada para a evangelização, na simplicidade do seu ser. Dizia com frequência: “E preciso conhecer Jesus”! “É preciso amar Jesus”! “É preciso viver Jesus”! “É preciso anunciar Jesus…”! Isto é evangelizar. O Fascículo 05 contém ações evangelizadoras desenvolvidas por Irmã Adelaide e convida a acolher Jesus e continuar a missão assumida por ela.
Em preparação à 31ª Caminhada houve muitas reuniões. Cinco da equipe coordenadora constituída de pessoas de Eldorado do Carajás, de Curionópolis e de Parauapebas. Outras dos grupos de organização e de participação em cada localidade. Nos meios da divulgação e incentivo foram publicados convites falados, escritos, gravados e nos carros de som, antes e durante o evento. O Promotor de Justiça e a Polícia Militar atenderam prontamente aos Ofícios solicitando acompanhamento e segurança, o que muito ajudou para reinar a paz durante todo o trajeto de 30 Km de estrada com intenso fluxo rodoviário. Todos merecem sincera gratidão. Na tarde do dia 02 de abril os caminheiros vinham chegando a pé, de moto, de carro de ônibus. As caravanas vieram em ônibus fretados de Canaã dos Carajás, de Parauapebas, outro com um grupo do IPAR (Instituto de Pastoral Regional), da Vila Sororó com Direção, professores e alunos. De Curionópolis vieram em Vans. Foram contados mais de 1000 participantes.
Às 19h, na Quadra de Esportes da Escola Municipal de Educação Fundamental Ogilvanise Moura, ornamentada com cartazes, com faixas “Uma história que evangeliza”, “A Escola da Vila Sororó saúda a Caminhada” com Banner “Sangue Fecundo” e outro “CEBs caminho de Libertação” trazido pelo professor Genival Carvalho vindo de Belém, PA, com sua esposa. O nome Ogilvanise da Escola homenageia a primeira professora em Eldorado dos Carajás. O jantar foi servido para mais de 500 pessoas. Em forma de divulgação estavam à mostra e venda camisetas, botons, chaveiros e livros alusivos, na responsabilidade de Irmã Berenice da Silva, Nilda Ferreira da Costa e Antônia Noêmia de Jesus. O tempo cultural apresentou músicas sacras como acolhida e animação; danças típicas da Amazônia; lançamento dos livros: Caminhando pelos mortos, Caminhando pela vida – Conflitos, Romarias e Santidade no Sudeste Paraense, de Osnera Silva Vieira, com a presença carinhosa do senhor Cosmo e Raimunda Carvalho da Silva com suas três filhas representando a família de Irmã Adelaide Molinari. O livro Sangue Fecundo lançado por Irmã Zoeli Maria Pletsch e Irmã M. Angelita Fernandes em presença das Filhas do Amor Divino ao som da música Sangue Fecundo, entoada por Maria Selma Reis:
- Irmã Adelaide teu sangue fecundo / Presente divino em ciranda de amor
Regou o chão santo do teu povo amado / O chão santo do teu povo amado.
Irmã Adelaide teu sangue bendito / Tornou-se sagrado com a morte cruel
Marcou o caminho do teu povo amado / O caminho do teu povo amado
É sangue fecundo, (3x) de vida, fé e amor.
- Irmã Adelaide teu sangue sagrado / Tornou-se martírio por causa do Reino
Ungiu a história do teu povo amado / A história do teu povo amado
Irmã Adelaide teu sangue de mártir / Tornou-se fecundo, pleno em vigor,
Anima a esperança do teu povo amado / A esperança do teu povo amado.
- Irmã Adelaide teu sangue fecundo / Grita em silêncio e com força de paz
É fonte de bênção pro teu povo amado / É bênção pro teu povo amado.
Irmã Adelaide teu sangue fecundo / Presente divino, mistério de amor,
Selou o chão santo do teu povo amado / O chão santo do teu povo amado.
Ao lançamento do Fascículo 05 – “Irmã Adelaide Molinari, Uma história que evangeliza” foi entoada a seguinte música que é o “retrato” de Irmã Adelaide viva:
- Ó querida Irmã Adelaide, o povo humilde te celebra para a vida exaltar / Te confia os seus sonhos, pede ajuda noite e dia a esta estrela a cintilar.
Glória, louvor e gratidão! Glória e louvor para sempre. Amém!
- Ó bondosa Irmã Adelaide, teu semblante encantador revela o meigo coração / Cheio do Amor Divino, aberto e compadecido, a um povo em precisão.
- Silenciosa Irmã Adelaide, as tuas poucas palavras, pronunciadas na humildade / Gritam forte após tua morte, revelando o heroísmo do teu manso coração.
- Generosa Irmã Adelaide, deste a vida pelo povo que a missão te confiou / Derramando o teu sangue, prova de fidelidade que incentiva a doação.
- Ó graciosa Irmã Adelaide, o povo aflito a ti recorre e faz sua oração / Junto a ti, na sepultura, se ajoelha silencioso com grande veneração.
- Ó preciosa Irmã Adelaide, o povo desta redondeza anda longe em procissão / É uma longa caminhada, pela fé iluminada, que congrega em oração.
Ao final do lançamento destes três livros, a senhora Raimunda Carvalho Silva pediu a palavra e como leitora, disse com emoção: “Li o livro Sangue Fecundo e o Fascículo Uma história que evangeliza. Por isso posso dizer que todas as pessoas que participam da Caminhada Irmã Adelaide precisam ler estes livros para saber, porque caminham”. Duas paródias relacionadas à Irmã Adelaide, o autor da letra José Maria Lopes de Carvalho cantou na melodia do “Coração Santo”:
/: Irmã Adelaide, voz do Senhor. O Amor Divino, te consagrou:/
- Missão de santa, coração nobre / que acalenta a dor do pobre.
Mostra a saída, mostra o poder / que tem avida, quando se crer.
- Lição de vida, serenidade / na grande lida, por liberdade.
Assim rezamos, em sua memória / que acreditamos nessa vitória.
- Nova semente, que abraça o chão / é Deus presente, em sua missão.
É a luz que brilha, é um belo ensino / de uma Filha do Amor Divino.
- Olha teu povo, Irmã querida / traz sonho novo, nova guarida,
Escuta o brado por justa paz / em Eldorado dos Carajás.
E na melodia da música “Gaúcho de Passo Fundo”, do Teixeirinha, cantou:
- Ao perguntarem de quem sou devoto / eu respondi com toda brevidade:
De uma freira generosa e amiga / que doou a vida na comunidade.
/: Congregação Filhas do Amor Divino / razão deste hino: Irmã Adelaide:/
- Irmã Adelaide nunca teve medo / de atender o chamado do povo
Em terra estranha e se sentia em casa / coração em brasa pelo reino novo.
/: Lição de luta, tristeza e vitória. Ao contar esta história ainda me comovo:/
- Ao perguntarem qual é a razão / de Adelaide ser amada tanto
Eu respondi: dedicação à lida / pelo bem da vida e do Evangelho santo.
/:A voz que clama em nosso chão deserto / coração repleto de amor e acalanto:/
- E ao responder suas perguntas todas / eu lhes convido pra esta Caminhada.
Trinta e um anos, vamos completando / sempre celebrando ao longo dessa estrada.
/: Que reúne povos, de perto e distante / corações vibrantes, em missão sagrada.
Após os romeiros foram à Igreja Nossa Senhora das Dores, onde as Filhas do Amor Divino apresentaram como mística, o lençol ensanguentado de Irmã Adelaide Molinari, nas mãos de Irmã Adélia Maria Rossato Dalla Nora, acompanhado de grande vela acesa nas mãos de Irmã Rita Lori Finkler, a faixa com “Fazer o bem, alegrar, tornar feliz e conduzir ao céu, levantada por Irmã Gilma Rubim e M. Angelita Fernandes e olhares atentos das Irmãs Imelda Neis, Aracy Langer, Luisa Santi, Berenice Maria da Silva, Laudia Maria Langer, Hedi Maria Zimmermann e Zoeli Maria Pletsch. Enquanto cada uma das Irmãs acendia uma vela na grande chama a Irmã Joselina Gomes da Silva Amaral proclamava os versos de Irmã Beatriz Maria Engel, escritos em maio de 1985: “Em confiante súplica dirigimo-nos à nossa querida mártir, Irmã Adelaide, a fim de que seu sangue derramado:
Borbulhe, anunciando a todos a libertação,
Humanize os corações frios e endurecidos,
Conscientize os indiferentes e incrédulos,
Exorte os transviados e perversos,
Desinstale os omissos e covardes,
Rompa as barreiras do egoísmo, do orgulho, da opressão e da ganância,
Pacifique os rebeldes, os críticos maliciosos sem objetivos,
Amenize situações de crise, de tensão, de descontentamentos estéreis,
Transforme as mentes e os corações,
Dinamize a ação evangelizadora da Igreja,
Anime os indecisos, os fracos e os pobres,
Encoraje os temerosos e desanimados,
Fermente, produzindo novos e convictos cristãos,
Aprofunde nossa união a Jesus Cristo,
Desperte novas e generosas vocações,
Enraíze nossas sãs convicções,
Purifique as nossas decisões,
Espiritualize nosso engajamento na missão,
Unifique as nossas deliberações,
Evangelize crianças, jovens e adultos,
Fortaleça as boas resoluções,
Cristianize lares, grupos e comunidades,
Vitalize nosso fervor apostólico,
Santifique pensamentos, palavras e ações,
Afervore a vida espiritual, base e sustento da nossa vocação e missão,
Floresça na civilização do amor,
Reze perante Deus, TODAS as nossas intenções”.
Também rezavam junto os Párocos Padres Luiz José Weber, da Paróquia Senhora Sant’Ana de Morada Nova, Marabá, Hudson Rodrigues da Costa, da Paróquia Cristo Rei, em Parauapebas e Domingos Monteiro da Cruz, da Paróquia Nossa Senhora das Graças de Curionópolis.
Dadas as informações e orientações necessárias para o bom andamento da Caminhada o Pároco Padre Orlaneidson Antônio de Lima Araújo deu a bênção de envio com aspersão, o povo ultrapassava a Porta Santa da Misericórdia, tocava no lençol ensanguentado e iniciava a Caminhada orante. Ao chegar frente à primeira residência das Filhas do Amor Divino, no Pará a Irmã Angelita Fernandes destacou os passos evangelizadores marcados por Irmã Adelaide ao dirigir-se ao povo para “fazer o bem, alegrar, tornar feliz e conduzir ao céu”, concretizando que esta é uma história que evangeliza. Partilhou também o que ouviu do ocupante daquela casa que relatou com ênfase: “Esta casa é santa porque ao chegar aqui, estive lascado, lascado, lascado…, deixei de beber, comprei uma casa própria onde moro, mas continuo trabalhando aqui consertando bombas de poço, pois esta casa é santa. Os quatro moradores que alugaram esta casa conseguiram comprar a sua casa própria. Isto é graça de Irmã Adelaide”.
No prosseguimento da Caminhada até o Terminal Rodoviário a Irmã Zoeli Maria Pletsch destacou a afirmação sobre o martírio de Irmã Adelaide publicado no Livro Sangue Fecundo: de Irmã Adélia Maria Rossato Dalla Nora: “Ela é mártir porque só se preocupava com o bem dos outros”; de Irmã Angelita Fernandes: “Ela foi, é e será, como afirmou o Papa João Paulo II, Mártir”; de Irmã Joselina Gomes da Silva Amaral: “Irmã Adelaide é mártir, por três motivos fundamentais: escolher integrar a missão das Filhas do Amor Divino, no Pará, local de extrema violência, consciente dos riscos; aceitar o Km 02 como seu espaço missionário sabendo ser ainda mais violento devido a questões agrárias; ter engajamento missionário com Arnaldo Delcidio Ferreira em favor dos posseiros”; de Irmã Laudia Maria Langer: “Irmã Adelaide tu és mártir”; de Irmã Teonila Maria Casarin: Irmã Adelaide é mártir porque viveu a humildade em grau elevado; de Irmã Maria Laci Mayer: “ no dia 14 de abril ela assinou com sangue o que dizia ‘não posso abandonar a missão’”: de Irmã Helma Milícia Welter: ela é mártir porque viveu heroicamente a virtude do desprendimento de si mesma para servir o povo mais pobre e derramou o seu sangue por opção radical no seguimento de Jesus Cristo; de Irmã Neusa da Silva: Irmã Adelaide foi e é mártir, por força da sua entrega consagrada a Deus no desempenho fiel da sua missão; Irmã Cecília Melita Burg: “Eu nunca tive dúvidas sobre o martírio de Irmã Adelaide; de Irmã Theresinha Silvia Schneider: Irmã Adelaide é Mártir; Irmã Lourdes Maria Staudt Dill: Irmã Adelaide é mártir da justiça porque foi Santa pelo seu modo de ser, viver e construir o Reino de Deus; de Irmã Nicolina Hendges: Ela é Missionária Mártir! Martírio é a expressão mais alta da caridade. Considero-a mártir do seu dever quotidiano.
No Terminal Rodoviário, local do assassinato, havia um coração feito de flores onde as pessoas podiam tocar, acender suas velas nas velas das Irmãs, fazer seus pedidos e agradecimentos à Irmã Adelaide. Até ali as faixas que acompanhavam foram fechadas para seguir em caminhada pela PA 275. Até o Km 04, sob a coordenação de José Almeida Araújo foi lida a graça alcançada das seis jovens que levam o seu nome.

Adelaide Honorato de Sousa, nascida aos 06 de novembro de 1986. Sua mãe Francisca Honorato de Sousa compartilhou: “Participei do último encontro de Irmã Adelaide, na Comunidade Nossa Senhora das Dores, naquele dia 14 de abril de 1985. Pela admiração que tive por esta santa Irmã, decidi dar o seu nome, se ainda tivesse uma filha, pois eu já tinha 44 anos de idade. Na manhã do dia 06 de novembro de 1986, recebi a visita de Irmã Laura Martins e disse-lhe: ‘Venha ver a minha Adelaidinha’ e convidei-a para ser sua madrinha de batismo, pois ela veio pronta para sugerir este nome à minha filha. Os caminhos de Deus são graça e fidelidade ”.
Adelaide Cristina Vieira da Silva, nascida aos 28 de agosto de 1988. A mãe Maria Vieira da Silva relatou: “Tive a graça de conhecer pessoalmente a Irmã Adelaide Molinari. Presenciei a sua inesperada morte, estive no seu velório e sepultamento. Participei de todas as caminhadas enquanto morava perto. Tive seis filhos homens e desejei muito ter, pelo menos uma filha mulher. Recorri à Irmã Adelaide e se isto se tornasse realidade lhe daria o seu nome. Na época não se fazia ultrassonografia. Fiquei na expectativa até o momento do seu nascimento que precisou ser na forma de cesariana devido à minha idade. Quando me foi dito que era menina, fiquei emocionada por esta graça alcançada e lhe confirmei o nome de Adelaide Cristina pela admiração que tive e tenho pela vida missionária desta Irmã”.
Adelaide Caroline Ramos, nascida aos 03 de outubro de 1994. Sua mãe, Maria das Flores Mesquita Nunes, falou:” Fui a vários médicos, com hemorragia uterina, e nada adiantou. Esta hemorragia foi consequência de um susto que levei com a morte inesperada do meu esposo, soterrado na Serra Pelada, enquanto garimpeiro. Anos após, em novo casamento, grávida da primeira filha, aos quatro meses de gestação, anêmica fui a médico. Aguardei o resultado, com medo, e pedi à Irmã Adelaide Molinari interceder por mim e pelo bebê. Senti que era menina e lhe daria o nome de Adelaide Carolina. Fui valida. Ela nasceu bem e está linda. Fui à sepultura de Irmã Adelaide para agradecer e levei-lhe um caracolzinho do cabelinho da bebê e alguns gramas de ouro, fruto do garimpo”.
Maria Adelaide Pinheiro Lima, nascida aos 23 de novembro de 1992. Sua mãe Francisca Bezerra Pinheiro relatou: “Fui uma pessoa muito doente e, ao nascer a segunda filha, não foi possível amamentá-la, pois tive que ir ao hospital. Com isto a menina ficou muito fragilizada e não tinha cabelo. Levada ao hospital, a enfermagem só encontrou uma veia na sua cabecinha para fazer os necessários procedimentos. A vizinha Regina Ostermann, que acompanhava o nosso caso, fez um voto à Irmã Adelaide: ‘Se esta menina não morrer, terá o nome de Adelaide’. Ela se tornava sempre mais forte e sarou. No batismo, levou o nome prometido. É uma jovem linda, sadia, de cabelos lindos”
Adriele Adelaide Rodrigues Pereira, nascida aos 25 de agosto de 1998. A dona Cícera José Rodrigues Pereira diz: “Minha filha Sirlene Rodrigues Pereira teve uma bebê, no Hospital Municipal em Curionópolis, PA, na mão de um médico. Ele não retirou a placenta. Por isso, Sirlene teve hemorragia, apodrecia viva e cheirava muito mal. Fiz um voto à Irmã Adelaide que desse um jeito com esta minha filha. Se ficasse boa, daria o seu nome à bebê. Procuramos outro médico que constatou a placenta apodrecida no ventre de Sirlene, retirou-a e minha filha ficou boa. A menina tem o nome de Adriele Adelaide. É uma menina linda e inteligente. Ela queria usar brincos e eu lhe disse: ‘Não pode porque você é da Irmã Adelaide. Eu poderia ter denunciado o médico que causou este problema, mas preferi o caminho da misericórdia apegando-me à Irmã Adelaide que sempre me ajuda”
Adelaide Kelly dos Santos Vieira, nascida aos 16 de junho de 2001. A mãe Damiana Maria dos Santos, afirmou: “Tive uma gravidez de risco e fui levada ao Hospital Santa Teresinha, em Parauapebas, entre vida e morte, com fortes dores. Ao chegar, as dores cessaram. Apalpei-me e senti o pezinho da criança e pensei que não poderia nascer assim. Recomendei-me à Irmã Adelaide Molinari e disse-lhe que, se esta criança nascesse menina e saudável, levaria o seu nome. Chegou o médico e fui levada à sala de parto, onde não tinha condições de realizar uma cesariana. O médico empurrou a criança para baixo e ela nasceu, em pé, sem causar-me dores. Foi um milagre. No batismo recebeu este nome lindo, Adelaide Kelly, em sinal de gratidão”.
Ao longo da trajetória dos 30 quilômetros, precedido e sucedido por um cruzeiro luminoso, acompanhado pela Polícia Militar, em Viatura e Moto identificados, com o auxílio de seguranças populares com coletes e lanternas, foram desenvolvidos os seguintes temas: do Km 04 ao 13, por jovens da Paróquia São Francisco de Assis de Parauapebas com o tema “Juventude quer viver”; do Km 13 ao 16 por jovens da Paróquia de Eldorado dos Carajás com o tema da misericórdia. Momentos de oásis no Km 16, onde José Almeida Araújo serviu em solidariedade 500 pães com presunto e 70 litros de suco de frutas, fortalecendo os caminheiros e reanimando os passos cansados.
Do Km 16 ao 21, seguiu a reflexão por jovens da Área Carajás sob a coordenação da Paróquia São Pedro e São Paulo de Canaã dos Carajás, com o tema “Extermínio de jovens e violência + a morte de Lorena Lima”; do Km 21 ao 28 por jovens da Paróquia Cristo Rei de Parauapebas com o tema da CF (Campanha da Fraternidade/2016; do Km 28 ao final, por lideranças da Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Curionópolis, incluindo a missa na igreja matriz presidida por Dom Vital Corbellini e concelebrada pelo Padre Domingos Monteiro da Cruz, a bênção da água e o envio na sepultura da Irmã. No exato momento da bênção o céu se comoveu e deixou cair pingos em chuva de graças sobre o povo, junto da sepultura.
O povo que caminhava a pé foi beneficiado pelo serviço do café, do chá e da água servidos ao longo do caminho; pelo lanche servido no Km 16; pelo farto café da manhã preparado e servido pelas mulheres do Clube de Mães, na chegada com pães, cachorro quente, bolo, canjica, café, leite, chá e suco, em Curionópolis. Teve o serviço de saúde prestado por Irmã Laudia Maria Langer, o serviço de transporte de um ônibus vindo de Canaã dos Carajás e outro de Eldorado dos Carajás, mais os carros das Filhas do Amor Divino de Canaã dos Carajás, de Parauapebas e de Curionópolis.
A partir do Km 16 o cansaço, os calos nos pés e as dores nas pernas, foram se manifestando em várias pessoas. Mas ao serem convidadas a prosseguir em carro, respondiam com determinação: “Não, estou pagando promessa” ou “não, estou fazendo o meu pedido à Irmã Adelaide” e seguiam motivadas pela fé. Bom seria se fosse possível fotografar, para registrar, o que se passava na mente, na intenção e no coração de cada participante desta caminhada sendo a grande maioria, jovens.
É possível concluir este relatório, na convicção de que Irmã Adelaide caminhava com os seus devotos, ouvindo as orações, acolhendo os agradecimentos, atendendo aos pedidos, trazidos no coração e expressos na sinceridade.
A Irmã Adelaide Molinari, agradece cada gesto de reconhecimento, cada atitude de bondade, cada expressão de carinho, cada palavra de incentivo, cada serviço de solidariedade, cada iniciativa de caridade, cada passo de irmandade, cada atitude de misericórdia.
As Filhas do Amor Divino e a equipe de coordenação agradecem cada sugestão recebida, cada serviço prestado, cada elogio expresso pelo bem realizado, cada sacrifício feito pelo bem comum e cada doação feita em favor desta Caminhada. Desejam que no próximo ano, na 32ª Caminhada, a possibilidade de uma Caminhada possa ser uma nova bênção.
Parauapebas, 06 de abril de 2016.
Irmã Zoeli Maria Pletsch, FDC
Irmã Angelita Fernandes, FDC